Cuca no Cruzeiro deveria ser algo IMPENSÁVEL

Por Cláudio Silva – de Belo Horizonte

Após a derrota acachapante para o Bahia e o empate entre Athletico e Corinthians, o torcedor do Cruzeiro movimentou as redes sociais.

A movimentação da torcida celeste se deu pelo natural pedido de demissão do técnico Cuca, natural pelo fato de que, por diversas vezes em que se viu em meio a dificuldades, o treinador se acovardou, colocando seu cargo à disposição ou até mesmo covardemente se demitindo. NÃO SUPORTA PRESSÃO!

A atitude de Cuca se repetiu mais uma vez, reeditando suas saídas do Palmeiras, do Atlético Mineiro e, por último, do Athletico, consolidando seus corriqueiros atos de covardia. O que espanta é o torcedor cruzeirense, mesmo tendo sob o comando da equipe um treinador jovem e com um elenco muito inferior ao do Athletico, estando a uma posição do ex-time de Cuca com apenas dois pontos de diferença e com um jogo a menos, cogitar a troca entre os treinadores. Difícil entender.

De fato, o torcedor carrega uma memória quase incompreensível. Os últimos episódios envolvendo o técnico deveriam, por si só, jamais permitir seu nome atrelado ao comando técnico da raposa. O histórico mal resolvido entre Cuca e a justiça suíça (caso de estupro) fez com que a fiel torcida do Corinthians o expulsasse do Parque São Jorge. Sua ida para o Athletico dividiu ao meio a fanática torcida do Furacão. Seus últimos resultados em campo culminaram com o quase fiasco do time na Copa Sul-Americana, tendo que disputar a repescagem do torneio, o que é totalmente diferente com o time de Belo Horizonte, comandado pelo inexperiente, mas competente, Fernando Seabra.

A atrocidade comprovada, transitada e julgada envolvendo Cuca e mais três ex-atletas do Grêmio não pode simplesmente sumir da memória dos cruzeirenses. Memória curta é compreensível, mas memória apagada é inadmissível. Não se pode fingir que nada aconteceu, que uma barbaridade contra uma criança foi cometida e anos depois, após a morte da vítima, o autor se tornar “vítima” e pauta em um clube da grandeza do Cruzeiro. Cuca cometeu um crime e não pagou por ele, se escondendo no Brasil e acobertado pela lei de não extradição do nosso país. A contratação deste profissional seria um desrespeito com a imensa ala da torcida feminina do Cruzeiro, com suas funcionárias, e uma descaracterização do ótimo projeto do time feminino, as Cabulosas. E eu nem falei sobre a identificação que o técnico tem com o maior rival celeste. E seu estilo de jogo? Você sabe qual o padrão tático adotado por Cuca? Lembra do apelido dado pelo jornalista Mário Sérgio? “Cucabol”. Isso se resume a bolas longas buscando o centroavante, com um time espaçado correndo para frente e brigando por segundas bolas. Nada a ver com o Cruzeiro Esporte Clube.

Só ganhou no maior rival e em nenhum outro lugar do planeta. Dito isso, #cucanao.

O caso

A Justiça da Suíça anulou a sentença que havia condenado a 15 meses de prisão e multa por estupro o ex-jogador de futebol e técnico brasileiro Alexi Stival, conhecido como Cuca. Com a decisão, o Judiciário do país europeu ainda determinou que o ex-atleta receba uma indenização de 9,5 mil francos suíços, o equivalente a R$ 55,2 mil.

Ao anular o caso, a Justiça não analisou as provas da violência sexual cometida contra uma jovem de 13 anos, que foi ao hotel onde os então jogadores do Grêmio estavam hospedados pedir autógrafos e brindes, em 1987. Naquele ano, Cuca era jogador do time, que estava realizando uma excursão ao país europeu, e foi preso junto com outros dois jogadores do time gaúcho após a jovem denunciar que havia sido vítima de um estupro coletivo. Os atletas foram soltos um mês depois, após pagarem fiança, e voltaram ao Brasil. Eles nunca voltaram à Suíça para se defender e acabaram sendo condenados em 1989.